Dia 17: San Pedro de Atacama - 0km
- Eles Vivem Viajando
- 9 de jan. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de jan. de 2023
Segunda, 09-01-2023
E lá estávamos nós em San Pedro de Atacama! Quem diria!
Nós visitamos essa cidade em 2013. Quando fomos, disse que nunca mais voltaria! rsrs
Não porque não tinha gostado, mas sabe aqueles lugares que você conhece uma vez e já é suficiente? Os passeios são sofridos, passeio frio, desconforto nos ônibus de turismo, tempestade de areia, sei lá, gostei mas não volto mais.
Mas aí que a gente cospe pra cima e cai na testa, praticamente 10 anos depois, lá estávamos nós de novo!
Tudo bem que desta vez era tudo completamente diferente, chegamos de moto, Atacama não era o destino final ou principal (por isso sempre dizia que estava procurando a "cereja do bolo"desta viagem e que não seria o Atacama, apesar de dizer pra todo mundo que estavamos indo ao Atacama rsrsrs). Mas realmente, passar por aqui não foi um ponto alto da viagem - a não ser por uma experiência do passeio de hoje que vou contar mais tarde.
A cidade de San Pedro não tem mais nenhum charme. É um conglomerado de mini agências de turismo, restaurantes e hotéis que nada tem de local, e sim, totalmente turístico. Isso, quando viemos ha 10 anos trás, foi mais legal, pois a cidade ainda tinha aquele ar de vila do meio do deserto.
Os restaurantes são caríssimos, assim como as pousadas, e não oferecem uma qualidade que vale o que se paga - a não ser pelo sorvete Babalu rsrs. Ao passear pela Rua Caracoles somos abordados insesantemente pelos funcionários querendo vender o passeio ou o almoço. Perde um pouco do charme... Mas enfim, essa é a minha visão. O Ed, por exemplo, estava encantando com a cidade! rsrs
Pois bem, como já tinhamos feito quase todos os passeios que a região oferece na outra vez que viemos, tiramos o dia para passear despretenciosamente pela manhã. Andamos até o Vale de La Muerte, onde fomos acompanhados por 2 cachorros loucos que corriam atrás dos carros e não sei como não morriam atropelados! Passeamos pelo centrinho e visitamos a igrejinha de San Pedro.
No período da tarde, focamos em fazer o único passeio que não tínhamos conseguido fazer da outra vez pois estava muito frio: entrar nas famosas lagoas de sal, aquelas que a gente não consegue afundar de tanto sal que tem!
Optamos por fazer as Lagunas Escondidas de Baltinache, 7 lagoas com visual deslumbrante, das quais podiamos entrar em 2. Deixamos o passeio comprado no dia anterior, e a previsão de saída era às 15h30. Então usamos o período da manha para andar a pé na Cordilheira de Sal, um pequeno conglomerado de rochas que ficava a 2km da pousada. Fomos acompanhados por 2 cachorros insanos, que latiam e corriam atrás das rodas dos carros que passavam, que não sei como ainda não tinham morrido!
Na volta, quase chegando na pousada, recebi uma ligação do menino da agência do passeio, dizendo que não encontraram nenhuma empresa que estivesse fazendo o passeio que a gente tinha comprado. Realmente, ontem, quando perguntávamos os preços nas agências, ninguém queria vender o passeio para este local, e tentavam nos empurrar outras opções. Este que compramos foi o único que disse que teria, mesmo tentando nos convencer de outras. No fim, na hora H, tivemos que trocar o passeio por um outro - este sairia as 14h, e levaria a Laguna Cejar, uma que já conheciamos, e a mais 2 pontos turísticos.
Como não tinhamos opção nem dias para esperar pelo outro, fizemos este mesmo.
Saimos as pressas, e sem almoçar. Pegamos o ônibos - que também só tinha brasileiro - e uns 40'de estrada de terra, e chegamos na Laguna Cejar. Na hora descobrimos que a Laguna Cejar, que é maior e mais bonita - é fechada para banho, e a lagoa que entramos se chama Laguna Piedras, bem ao lado. No fim, tanto faz se é Cejar, Piedras ou Baltinache - o que eu queria mesmo era entrar nessa lago de sal. E olha, que experiência diferente!
Realmente a gente entra, e as pernas sobem! De costas, de frente, como quiser, a gente bóia e tem que fazer um esforço pra descer as penas e caminhar de volta à beira.É interessante! Só que existe um problema: a água salgada irrita demais a pele! O Roger, que tem essa pele fininha de bebê, não aguentou ficar nem 3 minutos e já saiu. Eu fiquei um pouco mais, mas mesmo assim, o limite são 20'. Em poucos segundo fora da lagoa, a água seca e a pele fica toda brabca, coberta de sal! É desesperador! E nessa hora demos graças a deus por termos trocado de passeio - nesta laguna existia uma área de apoio com chuveiros de água doce para tirar o sal do corpo! Fomos correndo para lá e tomamos banho, até trocamos as roupas! Nas Lagunas Escondidas de Baltinache eles recomendam que se leve uma garrafa de 2 litros de água para se limpar depois que sair da água, mas não imagino como conseguiria tirar todo aquele sal com uma garrafa de 2 litros de água rsrsrs.
Então, mas um mal que veio para o bem!! rsrs
Depois de lá, voltamos ao ônibus e fizemos uma rápida parada nos Ojos del Salar - são 2 buracos artificiais feitos por uma empresa que estava buscando petroleo na região, e depois dos testes, brotou água doce nos buracos. Não sei porque paramos alí, mas enfim, tiramos as fotos de turista e voltamos ao ônibus.
A próxima parada foi na Lago de Tebimquiche, um lugar lindo! Uma área grande de lagoa de sal, misturando o brando com o azul turquesa das partes que tinham água, envolvidos por montanhas e vulcões de todos os lados! Neste dia, o lago estava seco, mas depois da época de chuvas o lago enche, e forma um espelho da paisagem ao redor. Imagina ver tudo aquilo duplicado? Deve ser maravilhoso!
Depois de lá, fizemos nossa última parada para um pic nic com direito a pisco sour, e voltamos ao centrinho da cidade.
Já estava frio, então voltamos pra pousada para um banho, e saímos para o nosso último jantar no Chile.
Comi uma comida peruana chamada "causa", e achei interessante: é tipo uma lasanha de purê com ceviche - parece estranho, mas ao vivo estava muito bom!!
E assim, finalizamos o Chile!
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